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YAMAS E NYAMAS NA PRÁTICA DE YOGA

yamasenyamasUma das escrituras hindus que são objeto de nosso estudo e prática é o Yoga Sutra. Temos nesse texto o chamado caminho óctuplo proposto por Patanjali e que é a base para a nossa prática. Como o próprio nome diz, o caminho possui oito partes: yamas e nyamas ( o código de ética), ásanas (posturas físicas), pránáyáma(respiratórios), pratyáhára (retração dos sentidos), dháraná (concentração), dhyána (meditação) e samádhi (iluminação).
O código de ética é o primeiro anga, ou parte, nesse caminho e, portanto, tem uma grande importância. É essencial para a nossa vida de yoga que além de compreender cada um desses valores, ainda tenhamos uma atitude que valorize a conquista de cada um deles. Fazem parte desse código de ética os yamas e os nyamas, as atitudes que devemos ter e àquelas que devemos evitar. Esses conceitos devem permear a nossa vida de forma integral. Entretanto, como a prática que fazemos sobre o tapetinho pode ser uma espécie de laboratório em que nos conhecemos melhor e nos preparamos para uma mudança de visão sobre nós mesmos, vou abordar a forma como podemos aplicar esse código de ética em nossa prática. Mas é evidente que precisamos estendê-lo para o nosso dia-a-dia.
Começamos por ahimsá, não violência. Não devemos de forma nenhuma nos agredir. Fisicamente é a maneira mais óbvia. Em uma prática de yoga, não devemos violentar o nosso corpo. Temos que reconhecer nossas limitações e respeitá-las. Uma prática que ultrapassa os limites naturais do corpo de forma violenta para a conquista de uma postura, não pode ser considerada uma prática de yoga, visto que se perdeu o propósito de autoconhecimento. Mas existem outras formas de se praticar a não violência, como a aceitação das limitações da mente. Se, estamos a brigar com ela por qualquer motivo, nossa prática também não será bem sucedida. A atitude de culpa e julgamento de nós mesmos também é uma atitude violenta. Temos que ser compassivos com a nossa própria mente e emoções, acolhendo-as e procurando tirar o melhor proveito daquilo que temos. Esse conceito se equilibra com tapas, o esforço sobre si próprio. Devemos desenvolver uma prática que nos desafie a superar nossas limitações, para que possamos ter conquistas graduais, mas esse esforço nunca deve ultrapassar os limites da violência com o nosso corpo-mente.
Satya, a verdade, no contexto da prática é ser honesto consigo. Para que isso ocorra, é necessário criar um espaço interno, com uma certa tranqüilidade, para que possamos ouvir o nosso corpo, a nossa mente, o que queremos, o que desejamos, como estamos preparados, e fazer cada ação com base nessa verdade. Alinhando o que escutamos do corpo-mente, o que desejamos e nossas ações.
Asteya , não roubar, é aplicado quando não tiramos do corpo aquilo que ele não pode nos dar. Qualquer excesso que fazemos sem que o seu corpo esteja preparado e disposto a dar naquele momento é considerado um roubo, uma desonestidade. É preciso estar atento ao que o corpo pede a cada prática, a cada instante, cientes de que o corpo muda a todo instante e suas exigências e necessidades também mudam.
Aparigraha, a não possessividade, pode ser visto como a ausência de apego àquilo que o nosso corpo é capaz de fazer. É comum abordarmos a necessidade de evitar se comparar com os demais em uma prática de yoga. Mas, além disso, devemos evitar comparar a nós mesmos, a nossa própria prática de ontem e hoje. O nosso corpo muda, envelhecemos, e com isso temos perdas. É essencial saber aceitar esse fato, sem apego à nossa prática e ao nosso corpo do passado. E, além disso, sem apego à idealização que fazemos de nós mesmos, escutando o que o nosso corpo fala. E, com isso, praticar santosha, o contentamento com aquilo que é a nossa realidade atual, com aquilo que o nosso corpo e a prática podem nos dar.
Swádhyáya, o auto estudo, permeia a aplicação de todos os yamas e nyamas. Como disse anteriormente, é necessário ouvir o corpo e a mente a todo instante, conhecendo-os, reconhecendo limitações, percebendo até onde você pode ir, observando as mudanças no corpo, fatores externos que o movimentam como o clima, o local onde a prática está sendo feita e o momento. Estar integralmente concentrado no corpo, na mente, trazendo-a para o momento presente é o apoio para a aplicação deste nyama.
Brahmacharya, continência, é ao mesmo tempo o mais simples e mais complexo yama para se abordar. Isso porque no Yoga Sutra ele tem um contexto de castidade e o sexo é sempre um assunto tabu. Como está longe dessa análise fazer qualquer apologia ao celibato, mesmo porque nada mais prejudicial ao seu humano do que o celibato forçado, e muito menos tenho o interesse de levantar qualquer bandeira em relação à vida sexual do praticante, podemos abordar esse yama como simplesmente o respeito com àquele com quem estamos nos relacionando. A não violência aplicada à sua relação com o outro, evitando feri-lo. E, no contexto da prática, o respeito em todos os níveis em relação àquele que pratica conosco. Concentração e foco na própria prática já darão suporte para aplicar esse conceito.
Shauchan, purificação, pode ser aplicado dedicando um tempinho antes da prática para cuidar da limpeza do corpo, incluindo uma alimentação leve e equilibrada com algumas horas de antecedência e, se possível, o esvaziamento dos intestinos.
E, por fim, Íshwara pranidhána, a entrega a Íshwara dos resultados das ações. Ao concluir a prática, com os esforços na medida adequada, de acordo com o que foi investigado do corpo e do ambiente ao redor, chega o momento de entregar o resultado, cientes de que o fruto sempre será adequado àquilo que precisamos naquele momento.
Ressalto mais uma vez que essa é uma abordagem simples, e que cada um desses aspectos devem ser analisados e estudados com profundidade, para que aja uma conquista que nos prepare para essa mudança de visão.
CARINA UCHOAS

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